sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Sem encaixes

  Não me encaixo. Não me encaixo com os hippies, com os budistas, roqueiros, com ateus, com pessoas de terno, com pessoas da periferia, familiares, desconhecidos... Simplesmente não existe uma peça de perfeito encaixe a mim.
  Sou uma peça de um quebra cabeça que não tem o seu lugar, que não complementa a imagem a ser formada. Sou uma peça livre, não me prendo a nenhum lado, não faço parte de nenhuma imagem. Sou uma peça pronta para rodopiar livremente sem nenhum lado a me prender, uma peça livre para dançar a música, uma peça de individualidade extrema.
  Não sou assim por escolha, só sou assim. Não vou tentar forçar meu encaixe, vou atras da minha descoberta. Vou tentar ir a fundo de todos os meus lados. Ir em busca do meu desenvolvimento.
  Enquanto isso eu rodopio, danço, ando saltitando, caiu tonta sozinha, jogo o jogo do contente e brinco de ser feliz novamente. Porque a vida não me precisa de encaixe.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Mistério....

  O mistério se fez velho e rejuvenesceu. Pertencente a um ciclo inesgotável de criatividade o mistério ronda feliz e brincalhão o nosso mundo. Devorando a inércia não escolhida e trazendo um fantasma que quer sempre descobrir, sempre satisfazer a curiosidade ou apenas se assustar com tanta dúvida.
                                             A vida é um mistério?
                                       O mistério traz de volta a vida.
                                          Traz de volta o movimento,
                                                  o pensamento.
   Nunca saberemos a resposta, mas a busca incessante atrás da solução de grandes mistérios faz o nosso mundo girar, as coisas acontecerem, a vida realmente existir. 

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Lima

               Sobrenome comum: Ferreira Lima
  E o Lima soando como uma paixão. Lembrando de livros, bons livros, daqueles que se devora com voracidade e vontade de desfrutar o mundo, de viver sem o manual e deixar a história gravada para todas as futuras gerações. Não aquele livro meramente comercial, de editora famosa, desfrutando do lugar privilegiado da vitrine por ter recebido um bom investimento. Não falo desses livros vazios, fúteis, capa lisa e folhas esbranquiçadas, novo em folha.
  Falo daquele bom e velho livro de sebo. Velho, com marca, folhas amareladas, com uma dedicatória na contra-capa de 1960 "De Célia com muito amor para Maria Teresa". Com uma estória que deixou História, que fez História, que cravou na pele e na alma a sua marca e deu um significado. O velho livro que independente do quão velho seja sempre valerá a pena ser lido, relido, desfrutado vivenciado e lembrado.
  E assim classifico, explico ou pelo menos tento. Anoto minhas observações. Tento contar da minha forma que talvez só eu entenda, expressando o que vem a minha cabeça, o que penso existindo, quando seu nome ou sobrenome; sua imagem vem à minha mente. Pensando logo após:"Merda, por que estou pensando nisso?". Me dou conta que quero fugir disso ou esconder, e também vejo a ironia de comparar com um bom livro alguém que não sabe escrever nem o primeiro parágrafo de uma estória qualquer, alguém que nasceu para fazer qualquer tipo de calculo matemático como se fosse um dom. E apenas sorrio sozinha, de como imbecil tudo isso me parece, merecendo apenas um breve sorriso e o esquecimento desse pensamento tosco e infantil.

terça-feira, 25 de novembro de 2014



 
Me perdi num clima de chuva na varanda do meu quintal. 
                 Ainda sou criança, 
 perdida no mundo, nas descobertas dos prazeres , da dor e da solidão.
                Ainda sou criança,
brincando na chuva, pulando amarelinha, buscando para todos os problemas do mundo uma solução.
             Ainda sou criança,
que sonha em ser como a pipa voando ao vento nessa imensidão.