segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Lima

               Sobrenome comum: Ferreira Lima
  E o Lima soando como uma paixão. Lembrando de livros, bons livros, daqueles que se devora com voracidade e vontade de desfrutar o mundo, de viver sem o manual e deixar a história gravada para todas as futuras gerações. Não aquele livro meramente comercial, de editora famosa, desfrutando do lugar privilegiado da vitrine por ter recebido um bom investimento. Não falo desses livros vazios, fúteis, capa lisa e folhas esbranquiçadas, novo em folha.
  Falo daquele bom e velho livro de sebo. Velho, com marca, folhas amareladas, com uma dedicatória na contra-capa de 1960 "De Célia com muito amor para Maria Teresa". Com uma estória que deixou História, que fez História, que cravou na pele e na alma a sua marca e deu um significado. O velho livro que independente do quão velho seja sempre valerá a pena ser lido, relido, desfrutado vivenciado e lembrado.
  E assim classifico, explico ou pelo menos tento. Anoto minhas observações. Tento contar da minha forma que talvez só eu entenda, expressando o que vem a minha cabeça, o que penso existindo, quando seu nome ou sobrenome; sua imagem vem à minha mente. Pensando logo após:"Merda, por que estou pensando nisso?". Me dou conta que quero fugir disso ou esconder, e também vejo a ironia de comparar com um bom livro alguém que não sabe escrever nem o primeiro parágrafo de uma estória qualquer, alguém que nasceu para fazer qualquer tipo de calculo matemático como se fosse um dom. E apenas sorrio sozinha, de como imbecil tudo isso me parece, merecendo apenas um breve sorriso e o esquecimento desse pensamento tosco e infantil.

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